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Funcionamento da busca de rede do ADOTI e como evitar problemas de DNS Reverso


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Resumo

Como funciona a busca de ativos de rede pelo ADOTI e causas e problemas que ocorrem durante a busca de ativos na rede quando existem erros de DNS reverso.

Mais Informações

Para entendermos o efeito que os problemas no DNS Reverso causam na busca de ativos de rede do ADOTI, primeiro vamos recapitular como funciona a busca de rede por faixa de IP que é o método que o ADOTI utiliza.

Ao configurar uma ou mais faixas de IP em sites do ADOTI e também a opção de busca de rede, o ADOTI utiliza os seguintes passos para distribuir a busca de rede entre os computadores responsáveis por sites remotos:

  1. O ADOTI monta uma lista dos computadores responsáveis por sites remotos para que cada computador faça uma varredura. Assim a busca se torna distribuída e alguns tipos de detecção que somente funcionam na mesma sub-rede da faixa de IP poderão ser feitas. O computador responsável pela raiz da hierarquia de sites é o próprio servidor do ADOTI;
  2. Para cada computador responsável encontrado, o ADOTI associa as faixas de IP dos sites abaixo do computador responsável;
  3. O servidor ADOTI conecta com cada computador responsável enviando as faixas de IP que estes devem buscar. Caso alguma conexão falhe, um evento é gerado e o próprio servidor do ADOTI irá efetuar a varredura dessas faixas de IP.

Agora vamos analisar o que acontece em um computador responsável que recebe faixas de IP para efetuar uma varredura e no servidor quando este cadastra um dispositivo encontrado na rede:

  1. O ADOTI inicia a busca pelo primeiro IP, incrementando de um em um até o último IP da faixa e enviando um pacote ICMP Echo Request (ping) para este IP. O ADOTI envia vários pacotes simultaneamente e espera a resposta de todos ou um timeout para efetuar a próxima rajada de pings. Esses valores podem ser configurados no registry do ADOTI (valores NetDiscover_PingsPerBurstNetDiscover_SecondsBetweenPingBursts) caso algum dispositivo de proteção de rede esteja considerando essas rajadas para vários IPs diferentes uma possível tentativa de invasão.
  2. Uma fila de threads fica esperando pelos pacotes de resposta (ICMP Echo Reply) enviados pelos hosts ativos na rede. Para cada resposta recebida, é realizado uma query reversa para obter o nome do ativo que respondeu ao ping. Caso um nome não seja respondido e o endereço MAC também não tenha sido descoberto, o ativo apenas será incluído no ADOTI se a faixa de IP terminar com um * (ex. 172.21.6.1-172.21.6.50*), pois apenas um endereço IP não pode ser considerado com um identificador para um ativo, já que pode não ser um IP fixo;
  3. Após identificar o nome de rede do ativo, o ADOTI novamente resolve o nome para o endereço IP do ativo. Caso o endereço seja diferente do endereço que respondeu ao PING, esse ativo está com problema de DNS reverso e será marcado que possui esse erro. O servidor ADOTI irá inserir esse ativo no site cuja faixa de IP seja igual ao caractere cerquilha (#) para posterior análise pelo operador. Se esse site não existir, o servidor irá incluí-lo na sua faixa de IP correspondente;
  4. Após a identificação do nome do ativo, algumas heurísticas são empregadas (teste da porta TCP 445 que indica um computador executando Windows, VPRO, OID SNMP sysObjectID)  para tentar identificar e classificar o dispositivo (qual sua categoria). Também serão aplicadas as regras de identificação de categoria via SNMP criadas no servidor. Também são utilizados protocolos ARP, NETBIOS e SNMP para tentar encontrar o endereço MAC do dispositivo, que também é utilizado pelo ADOTI, além do nome de rede, como identificador único de um dispositivo de rede. O ARP somente funciona na mesma rede onde está o computador responsável, pois funciona por broadcast. Essa é uma das vantagens de se configurar computadores responsáveis por sites remotos;
  5. Caso existam propriedades para serem coletadas via SNMP para a categoria descoberta no passo anterior, o responsável pela busca efetuará a coleta dos dados;
  6. Periodicamente durante a busca, o computador responsável envia os dispositivos encontrados na rede para o servidor ADOTI que os insere na base de dados. A inclusão de cada dispositivo é feita procurando antes se o ativo já existe em algum outro site e, se sim, o ativo é movido para o site correto e um evento (alerta) é gerado. O ADOTI utiliza o nome de rede e também o endereço MAC como chave de busca no banco de dados. Assim se um dispositivo foi renomeado, mas o endereço MAC foi obtido na busca e já existe na árvore, o ADOTI ao invés de cadastrar novamente esse ativo com nome diferente, ele renomeia o dispositivo existente. Caso seja a primeira vez que o dispositivo tenha sido encontrado, ele é cadastrado e um evento (alerta) é gerado;
  7. O servidor atualiza o status do dispositivo de acordo com as configurações definidas no item Configurações->Geral que é encontrada na árvore da console do ADOTI;
  8. Como a movimentação/cadastro de ativos na árvore é um processo pesado para o banco de dados, existe uma configuração na chave do registry do ADOTI (NetDiscover_LastScanResponseToConsiderAssetUptoDateMinutes) que faz com que o servidor apenas atualize o nome e a data que o ativo respondeu na rede dependendo da última vez que o ativo foi visto em minutos. Caso a busca de rede seja configurada para ser muito frequente (horas invés de dias) e a rede seja muito grande (milhares de ativos), esse valor pode ser configurado para algumas horas ou dias.

Com a visão de como funciona a busca de ativos na rede, podemos verificar que a resolução reversa de nomes (dado um endereço IP descobrir qual é o nome de rede do dispositivo) é um item muito importante para o correto funcionamento do ADOTI. Vamos imaginar o seguinte cenário supondo que existe um problema de resolução reversa de nome para esse IP e não existe um site com faixa igual a (#):

  1. O ADOTI pingou o IP 192.168.1.3 e obteve resposta. Após efetuar a resolução reversa de nome, foi obtido o nome PC_1234. Depois o ADOTI efetuou a resolução de nome para PC_1234 e obteve o endereço IP 192.168.1.10. Isso indica que o endereço IP 192.168.1.3 não é o IP do PC_1234. Olhando no servidor DNS, descobrimos que 192.168.1.3 é na verdade o computador PC_4321;
  2. Assim, quem respondeu o ping foi o PC_4321, mas o ADOTI acha que foi o PC_1234, pois o reverso indicou assim;
  3. O ADOTI irá cadastrar o ativo como PC_1234 na árvore, pois não há site com faixa de IP # para cadastrar esse ativo com problema;
  4. Suponha que você envie por exemplo o comando de desligar o ativo ou atualizar o inventário clicando com o botão direito sobre o PC_1234 na árvore. O que irá acontecer é que será feita a resolução de nomes para obter seu endereço IP que será 192.168.1.10 e o comando será enviado para este IP. Assim duas situações podem ocorrer:
        a.) Existe um computador ligado com o IP 192.168.1.10 e que não é o PC_1234. Este computador que irá receber o comando. O operador acha que enviou o comando para o PC_1234, mas na verdade foi para outro computador;
        b.) Não existe um computador ligado com o IP 192.168.1.10, e o servidor irá reportar que o ativo não responde ao comando. Nesse caso o operador fica confuso, pois a console diz que a última resposta a ping foi há alguns minutos atrás e o ativo não responde.

Como isso pode ocorrer? Este problema surge quando o servidor DNS e DHCP não estão corretamente configurados para apagar registros muito antigos. Nesse caso o que houve é que quando o PC_1234 existia na rede, o servidor DHCP forneceu para ele o IP 192.168.1.3 e esse IP foi cadastrado na zona reversa do DNS como sendo PC_1234.

Depois que o PC_1234 passou muito tempo desligado, o servidor DHCP liberou o lease e mais tarde passou o IP 192.168.1.3 para outro equipamento, por exemplo o PC_9876, e agora mais um registro aparece na zona reversa apontando o IP 192.168.1.3 para PC_9876.

Quando o PC_1234 entrou na rede novamente, ganhou o IP 192.168.1.10, pois seu lease havia vencido e novamente esse computador foi desligado. Desta forma, temos duas entradas na zona reversa para o IP 192.168.1.3, uma apontando para PC_1234 e outra para PC_9876. O servidor DNS envia como resposta para uma consulta reversa a entrada mais antiga, no caso PC_1234.

Para evitar esse problema, é necessário configurar para que o servidor DHCP sempre atualize o servidor DNS e também que o servidor DNS faça um “scavenge” procurando por entradas muito antigas (“aged“) e eliminando-as, num processo conhecido como “Aging and Scavenging“. Existem artigos no site da Microsoft de como proceder e também artigos de outras pessoas. Abaixo seguem alguns links interessantes:

Sobre o Artigo
Autor: Leandro Becker
ID do Artigo: 628
A informação contida neste artigo aplica-se a: Busca de Rede > Instalação
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